Devemos cuidar da fertilidade desde cedo. Alguns fatores podem ajudar se a pessoa evita o tabagismo, o alcoolismo, a obesidade, uso de anabolizantes e doenças sexualmente transmissíveis.
O consumo de álcool pode ser inimigo da fertilidade porque o álcool em excesso pode afetar a saúde, prejudicando o fígado, todo o metabolismo e também o processo dos hormônios, como outros fatores fundamentais para a saúde do ser humano. Isso acontece principalmente com a mulher. Os hormônios femininos têm um ajuste fino para que uma ovulação aconteça. Se interferimos neste processo, a mulher pode não ovular. Desde o início do ciclo os hormônios vão aumentando e no seu auge a ovulação acontece, se algo interrompe a produção ou se o metabolismo esta alterado por algum problema, a ovulação pode ser interrompida.
Quanto ao fumo.Acredita-se que 30% das mulheres e 35% dos homens em idade produtiva sejam fumantes. A relação entre fumo e infertilidade ainda não está plenamente consciente na população e ainda é motivo de dúvida perante a classe médica. Isto porque, apesar de diversos trabalhos acumularem dados mostrando o efeito adverso do fumo muitos são considerados pouco conclusivos devido à diversidade das populações e métodos estudados. Mas se a relação entre fumo e fertilidade for aceita, podemos considerar que 13% de infertilidade feminina podem ser causadas pelo cigarro. Um estudo da Associação de Planejamento Familiar de Oxford, Inglaterra, observa um retorno à fertilidade em ex-fumantes. A reversibilidade da natureza do problema indica a correlação entre dose/tempo e a fertilidade e provê uma ferramenta importante para motivação em campanhas antitabagismo.
Outra causa muito comum de infertilidade são as sequelas de infecções ginecológicas ou DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). Infecções vaginais corriqueiras, em ginecologia, dificilmente causariam alterações que pudessem dificultar gravidez. Estas habitualmente são tratadas de pronto.Outras bactérias podem ascender para dentro do útero causando alterações neste ou nas trompas. Gonorréia, bactérias mais agressivas e a Clamídia são capazes de provocar lesões ou obstruções das trompas. A maioria destas infecções cursa com dor abdominal, febre e sinais inflamatórios que, quando tratados a tempo, podem não afetar a fertilidade.
Ficar de olho no peso também é importante. A obesidade pode prejudicar a fertilidade porque interfere no ciclo hormonal da mulher e também porque a gordura corporal em excesso, faz com que o corpo produza uma maior quantidade de estrógeno e começa a reagir como se estivesse controlando a reprodução, limitando as chances de gravidez.
Para as mulheres que fazem uso de anabolizantes, a dose em excesso de testosterona inibe no cérebro a produção de FSH, hormônio responsável pela maturação das células reprodutivas, interrompendo a menstruação. Além disso, o uso de anabolizantes pode dificultar a fixação do embrião na parede do útero, provocando um aborto. Mas se a mulher interromper o uso pode voltar a menstruar e ter uma gravidez sem riscos. Para os homens, também compromete a fertilidade.
Assim, para que a mulheres e homens mantenham sua fertilidade, além de evitar o álcool, o fumo, as DSTs, é aconselhável levar uma vida saudável, com alimentação equilibrada, vida sexual com proteção e exercícios físicos regulares.
Elaborado por Dr. Luiz Fernando Dale, ginecologista e especialista em Reprodução Humana. Diretor do Centro de Medicina da Reprodução no Rio de Janeiro.